Hoje pela manhã estava lendo o artigo "Arquiteturas do Abandono: Os Agentes da Arquitetura" , autoria de Paula Alquati e Papola Calderón (*) e recordei de uma série de fotos que tenho arquivadas em meu computador sobre "arquitetura" de Porto Alegre.
(*) Fonte:
No referido artigo, os autores destacam o cenário do abandono de uma cidade, ilustrando que novas formas arquitetônicas estão se moldando pela crescente desigualdade social, onde os agentes diretos dessa arquitetura são as pessoas abandonadas "pelas políticas públicas, abandonados pela vida privada; pessoas sem rumo, sem chão, que vivem às margens do convencionalmente aceito, às margens de nossa arquitetura".
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Nós somos os arquitetos. Somos advogados-arquitetos, médicos-arquitetos, prefeitos-arquitetos, empresários-arquitetos, padeiros-arquitetos, professores-arquiteos, alunos-arqiutetos e, porque não, arquitetos-arquitetos?!
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Somos quem abandona, quem excluí e quem torna invisível essa realidade. Isso mesmo, invisível, pois ela está lá - todos os dias - sob nosso olhar. Nós fingimos não ver...
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Nós somos a "política pública"; nós somos a "vida privada"; nós somos os responsáveis por esse cenário de exclusão, falta de compaixão e falta de amor.
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Estou até agora me perguntando se o que tenho feito é suficiente e o que me diria o casal acima sobre a "arquitetura do amor", a "arquitetura da vida" e, principalmente, a "arquitetura do abandono".
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Olhem com atenção a foto acima. "Arquitetura" de Porto Alegre, 2005. É uma cena real.
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Abandonados por nós, sim.
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Mas, naquele olhar e naquele abraço há uma arquitetura do amor, da vida... da esperança!
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Forte Abraço,
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Newton Finato.
Fonte: http://newtonfinato.blogspot.com/2009/11/arquiteturas-do-abandono.html
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