Paula Alquati e Papola Calderòn
A temática do abandono da arquitetura é algo transcendental, que toma proporções que extrapolam o espaço físico e se manifestam de maneira psicológica e social no espaço da cidade. Um espaço de abandono é mais que um espaço de exclusão, é um loco de reprodução de uma postura social calcada em carências. Carência de espaços de qualidade, carência de cuidados, carência de estrutura, carência estilística, entre outras.
A temática do abandono da arquitetura é algo transcendental, que toma proporções que extrapolam o espaço físico e se manifestam de maneira psicológica e social no espaço da cidade. Um espaço de abandono é mais que um espaço de exclusão, é um loco de reprodução de uma postura social calcada em carências. Carência de espaços de qualidade, carência de cuidados, carência de estrutura, carência estilística, entre outras.
É nesse contexto de carências que aparecem os agentes do abandono. Os agentes são os responsáveis diretos ou indiretos para que esse abandono se produza e se reproduza no contexto da cidade.
A arquitetura se consolida numa via onde, por um lado, é construída por pessoas, com a finalidade de abrigo e bem estar social. Por outro, se consolida como uma relação dicotômica, ao passo que ao mesmo tempo em que se ampliam os estoques construídos, se amplia a exclusão social na cidade, se amplia o número de abandonados. Abandonados pelas políticas públicas, abandonados pela vida privada; pessoas sem rumo, sem chão, que vivem às margens do convencionalmente aceito, às margens de nossa arquitetura.
Mas abandonado, marginal, também é tudo aquilo que não aceita as regras da cidade; também é aquele que não se adapta, que subverte as leis e a ordem; que não se encaixa nas duras posturas do convencional, o liberto das convenções.
A arquitetura se consolida numa via onde, por um lado, é construída por pessoas, com a finalidade de abrigo e bem estar social. Por outro, se consolida como uma relação dicotômica, ao passo que ao mesmo tempo em que se ampliam os estoques construídos, se amplia a exclusão social na cidade, se amplia o número de abandonados. Abandonados pelas políticas públicas, abandonados pela vida privada; pessoas sem rumo, sem chão, que vivem às margens do convencionalmente aceito, às margens de nossa arquitetura.
Mas abandonado, marginal, também é tudo aquilo que não aceita as regras da cidade; também é aquele que não se adapta, que subverte as leis e a ordem; que não se encaixa nas duras posturas do convencional, o liberto das convenções.
Nesse sentido, surge uma arquitetura das margens, uma arquitetura que deve ser desbravada, entendida, conceituada. Que deve deixar de ser invisível e partir para o conhecimento de todos.
A arquitetura do abandono nos reflete em feridas da cidade, em lugares e pessoas esquecidas, relegadas, algo que vemos, mas não enxergamos, algo que os sentidos acostumaram-se a ignorar, como algo invisível na paisagem, parte de uma vida que não se percebe.
A arquitetura do abandono nos reflete em feridas da cidade, em lugares e pessoas esquecidas, relegadas, algo que vemos, mas não enxergamos, algo que os sentidos acostumaram-se a ignorar, como algo invisível na paisagem, parte de uma vida que não se percebe.
Além disso, ela faz parte das construções efêmeras da cidade, daquilo que é passageiro, transitório, que está fora de lugar. Ela e seus agentes.
A partir da cartografia, é possível analisar esses fenômenos que fazem parte da construção social da cidade, a partir de uma observação que com ela interage, quase devorando-a. A cartografia estuda o território, porém não como um algo restritamente geográfico, segundo Deleuze, território compreende a idéia de espaço, mas não consiste na delimitação objetiva somente de um lugar geográfico. O valor do território é também existencial, ele circunscreve, para cada um, o campo do familiar e do vinculante, marca as distâncias em relação a outrem e protege do caos. O território distribui um fora e um dentro. O território é uma zona de experiência.
Cartografando certas zonas da cidade a partir de recursos áudio visuais, é possível registrar as o abandono de diversas formas. Visualizar as pessoas, os animais, toda aquela porção viva e não estática que também faz parte do território e que está ali todos os dias interagindo com ele. Um território vivo ou agonizante, claro ou escuro, relegado, mas sem que se perca a esperança que um dia isso ressurja, tome força, reviva no seio da sociedade, tome força.
A partir dessas análises e registros áudio visuais, é possível transformar o abandono em arte, em cultura, em algo forte, pesado, onde é possível lançarmos o olhar e questionar, estranhar, querer mudar ou perpetuar de vez essa porção esquecida do olhar animal.
A partir da cartografia, é possível analisar esses fenômenos que fazem parte da construção social da cidade, a partir de uma observação que com ela interage, quase devorando-a. A cartografia estuda o território, porém não como um algo restritamente geográfico, segundo Deleuze, território compreende a idéia de espaço, mas não consiste na delimitação objetiva somente de um lugar geográfico. O valor do território é também existencial, ele circunscreve, para cada um, o campo do familiar e do vinculante, marca as distâncias em relação a outrem e protege do caos. O território distribui um fora e um dentro. O território é uma zona de experiência.
Cartografando certas zonas da cidade a partir de recursos áudio visuais, é possível registrar as o abandono de diversas formas. Visualizar as pessoas, os animais, toda aquela porção viva e não estática que também faz parte do território e que está ali todos os dias interagindo com ele. Um território vivo ou agonizante, claro ou escuro, relegado, mas sem que se perca a esperança que um dia isso ressurja, tome força, reviva no seio da sociedade, tome força.
A partir dessas análises e registros áudio visuais, é possível transformar o abandono em arte, em cultura, em algo forte, pesado, onde é possível lançarmos o olhar e questionar, estranhar, querer mudar ou perpetuar de vez essa porção esquecida do olhar animal.
Um comentário:
Prezados... gostaria de encaminhar algumas fotos.
Para qual e-mail envio?
Forte Abraço, Newton Finato
Meu blog: http://newtonfinato.blogspot.com/
Postar um comentário