Participar da pesquisa “Arquiteturas do Abandono: roteiro para um filme na cidade de Pelotas” excita a forma de perceber a cidade, a paisagem urbana e todos seus correspondentes de uma outra maneira, distinta da que vinha acontecendo até então.
Analisar os territórios, as fronteiras, os usuários-agentes, os usuários-não agentes, os sons, os ritos, os mitos de cada espaço faz aguçar os sentidos e as reflexões diariamente. Faz perceber o ocupar e desocupar de cada “cenário” urbano existente, as relações mutualísticas entre humanos e seus lugares e não-lugares.
A prática da pesquisa, do espaço que compreende a Praça Coronel Pedro Osório e seu território de abrangência, ou seja, viagens em busca de registros que traduzissem o nosso olhar sobre o lugar de forma fílmica não foram muitas em formato de grupo. No entanto foram o suficiente para “fisgar” a percepção sobre aquele espaço constituído e desconstituído simultaneamente. Uma nova experiência de olhar fixou-se, de forma que sair em busca de pichações, janelas vedadas, tijolos no lugar de portas, árvores em telhados, telhados destelhados, lixo, calçadas mal tratadas, bagas de cigarro, árvores caídas, homens caídos, é o que acontece hoje. Saio em busca de imagens que traduzam um novo olhar criado sobre limites territoriais pelos quais circulo.
Alguns percursos são cotidianos, rotineiros, outros crio por curiosidade para descobrir novos territórios. Estes são diferentes, mas são iguais, eles se interseccionam nas semelhanças dos diferentes, esta diferença que instiga, pois esta fora da normalidade convencionada, a diferença de ser abandonado que o exalta, que questiona, que cria a reflexão.
Muitas das viagens pelos territórios não são registradas de forma que outros possam ver o que percebo, mas já é possível descrever a existência dos lugares e suas peculiaridades, já se percebe as cores e os sons característicos de cada volume determinado.
Esse olhar distinto, não mais anestesiado e conformado, olhar que busca o singular, que busca respostas, olhar que registra o que muitos não vêem, pode acontecer em qualquer local do planeta, sempre haverá os territórios, seus agentes, suas especificidades, e tudo vai formando uma teia de relações indiretas correspondentes, e assim uma poesia escrita no Centro Histórico de Santos-SP, pode vir a traduzir essa percepção atual da paisagem urbana de Pelotas ou de qualquer lugar que se busque o abandono.
“ladrão de lâmpada é filho de vaca”
São paredes sem luz
É a um escuro que conduz
Tem cheiro de resto de galinha
Tem cheiro de resto de comida
Tem cheiro de resto de alegria
É cinza o asfalto, o ladrilho ali na esquina
É cinza a barba daquele
Que vi na quina
Tem casa na calçada
Tem árvore no teto da casa
Tem gente deitada por todo canto
Tem história de vida e muito pranto
É o barco, o trem, a bicicleta, o carro
Que passa por estes lados
Tem gente nova que chega e percebe
O que por aqui fica?
“o ladrão de lâmpada que é filho de vaca”?
Ou um novo projeto de vida?
(Santos - São Paulo,manhã de 09/01/07)
Que mais pessoas possam experênciar um novo olhar sobre a cidade, que consigam perceber suas barreiras, sua fronteiras, seus traumas urbanos e consigam se perceber como agentes diretos dessa paisagem em constante modificação.
Analisar os territórios, as fronteiras, os usuários-agentes, os usuários-não agentes, os sons, os ritos, os mitos de cada espaço faz aguçar os sentidos e as reflexões diariamente. Faz perceber o ocupar e desocupar de cada “cenário” urbano existente, as relações mutualísticas entre humanos e seus lugares e não-lugares.
A prática da pesquisa, do espaço que compreende a Praça Coronel Pedro Osório e seu território de abrangência, ou seja, viagens em busca de registros que traduzissem o nosso olhar sobre o lugar de forma fílmica não foram muitas em formato de grupo. No entanto foram o suficiente para “fisgar” a percepção sobre aquele espaço constituído e desconstituído simultaneamente. Uma nova experiência de olhar fixou-se, de forma que sair em busca de pichações, janelas vedadas, tijolos no lugar de portas, árvores em telhados, telhados destelhados, lixo, calçadas mal tratadas, bagas de cigarro, árvores caídas, homens caídos, é o que acontece hoje. Saio em busca de imagens que traduzam um novo olhar criado sobre limites territoriais pelos quais circulo.
Alguns percursos são cotidianos, rotineiros, outros crio por curiosidade para descobrir novos territórios. Estes são diferentes, mas são iguais, eles se interseccionam nas semelhanças dos diferentes, esta diferença que instiga, pois esta fora da normalidade convencionada, a diferença de ser abandonado que o exalta, que questiona, que cria a reflexão.
Muitas das viagens pelos territórios não são registradas de forma que outros possam ver o que percebo, mas já é possível descrever a existência dos lugares e suas peculiaridades, já se percebe as cores e os sons característicos de cada volume determinado.
Esse olhar distinto, não mais anestesiado e conformado, olhar que busca o singular, que busca respostas, olhar que registra o que muitos não vêem, pode acontecer em qualquer local do planeta, sempre haverá os territórios, seus agentes, suas especificidades, e tudo vai formando uma teia de relações indiretas correspondentes, e assim uma poesia escrita no Centro Histórico de Santos-SP, pode vir a traduzir essa percepção atual da paisagem urbana de Pelotas ou de qualquer lugar que se busque o abandono.
“ladrão de lâmpada é filho de vaca”
São paredes sem luz
É a um escuro que conduz
Tem cheiro de resto de galinha
Tem cheiro de resto de comida
Tem cheiro de resto de alegria
É cinza o asfalto, o ladrilho ali na esquina
É cinza a barba daquele
Que vi na quina
Tem casa na calçada
Tem árvore no teto da casa
Tem gente deitada por todo canto
Tem história de vida e muito pranto
É o barco, o trem, a bicicleta, o carro
Que passa por estes lados
Tem gente nova que chega e percebe
O que por aqui fica?
“o ladrão de lâmpada que é filho de vaca”?
Ou um novo projeto de vida?
(Santos - São Paulo,manhã de 09/01/07)
Que mais pessoas possam experênciar um novo olhar sobre a cidade, que consigam perceber suas barreiras, sua fronteiras, seus traumas urbanos e consigam se perceber como agentes diretos dessa paisagem em constante modificação.
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