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sexta-feira, 27 de abril de 2007

CURSO DE ESQUIZOANÁLISE E PRÁTICAS SOCIAIS E INSTITUCIONAIS

Grupo de pesquisa em Educação e Contemporaneidade: experimentações com arte e filosofia - EXPERIMENTA, coordenado pela Profa. Dra. Carla Gonçalves Rodrigues (UFPel) e Profa. Dra. Cynthia Farina (CEFET-RS), promoverá o seguinte curso em Pelotas:




ESQUIZOANÁLISE E PRÁTICAS SOCIAIS E INSTITUCIONAIS


OBJETIVO

Estudar os modos de subjetividade contemporânea e
Construir meios de transformar as práticas cotidianas no trabalho, educação e saúde, contando com os teóricos da esquizoanálise.

PROGRAMA:
Deleuze e Guattari: os fundadores da esquizoanálise
Subjetividade contemporânea
Análise e intervenção micropolítica
Desejo e produção
O conceito de rede e a promoção de redes sociais
A noção de rizoma para a compreensão da subjetividade
Cartografia nas práticas sociais e institucionais
Análise de práticas sociais e institucionais
DATAS E HORÁRIOS
O curso terá a duração de 24 h/a, será desenvolvido em dois encontros nas sextas-feiras das 19 h às 22 h e nos sábados das 8h30min às 12 h e das 13 h às 16h30min nos dias 15 e 16 de junho e 22 e 23 de junho de 2007, no CEFET-RS, em Pelotas.

PARTICIPANTES
No mínimo 20 e no máximo 25 profissionais e estudantes de diferentes áreas que necessitam deste conhecimento para o desenvolvimento de suas atividades. O número inferior a 20 participantes inviabilizará a realização do curso.

Os alunos receberão antecipadamente os originais dos textos com o conteúdo do curso para leitura prévia. A cópia destes originais será de responsabilidade de cada participante. Será fornecido certificado aos participantes que comparecerem a no mínimo 75% dos encontros e realizarem a atividade de conclusão do curso.


DOCÊNCIA E COORDENAÇÃO
Psicóloga Nelma Campos Aragon (CRP-07/1829), UFRGS/81, Especializada em Psicologia Social (PUC/86), Mestre em Psicologia do Desenvolvimento (UFRGS/96). Responsável pelo Instituto de Psicologia Social de Porto Alegre Pichon-Rivière, docente e coordenadora de grupos de formação, supervisora de trabalhos grupais e institucionais, analista institucional e psicoterapeuta individual e grupal.

INVESTIMENTO
120,00, sendo 60,00 no primeiro encontro (15/06) e cheque pré-datado no mesmo valor (60,00) para a data do último encontro (22/06).

Maiores detalhes com Liana Corrêa: lianasc@brturbo.com.br; liana_sc@hotmail.com ou 9125 2405.

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O que são arquiteturas do abandono?

As arquiteturas do abandono compreendem desde edificações desabitadas, ruínas, restos de construção como também favelas, resíduos, sujeitos excluídos e tudo que até o desprendimento da matéria poderá nos levar a sentir e a pensar.
Num primeiro momento, apenas uma casa abandonada, em qualquer lugar, vizinha a tantas outras, nossa vizinha. Por ela, passamos todos os dias, caminhamos pela rua, a qual também acumula a sujeira, os restos, o capim. Tudo ao redor dessa casa, saindo pelas frestas, ruindo o reboco. A casa lar que antes abrigava uma família, agora se abre aos desabrigados, aos vagabundos, aos bandidos. Abandona-se ao bando.
Uma fábrica abandonada ou uma fábrica que abandonou muitos, uma enorme massa construída, onde o trabalho parou, mas sente-se ainda o movimento dos operários e o som das máquinas. Das máquinas enferrujadas que não produzem mais nada, apenas as carcaças envoltas em teias de aranha, recoberta por muita poeira. A poeira que entra pela boca, que resseca, que nos cega a vista, que esfuma. Fábrica abandonada por todos, mas que deixa toda a sujeira para trás, dos restos radioativos que podem provocar doenças, até os resíduos que servem de ganha pão para outros. Tudo arruinando e curando: fábrica, máquinas, resíduos, pessoas.
Todo o resíduo e entulho podem escorrer, migrar de um lugar para outro, pingar, deixar-se levar, contaminar o que não é abandonado, assim como o movimento de abandonar, de deixar alguma coisa em detrimento de outra. No edifício, a função vai embora e fica a forma abandonada.
Matar ou curar. Finito e infinito ao mesmo tempo. O tempo dos abandonos pode ser longo como o de uma ruína ou rápido como o de uma implosão. Difícil de ser medido e quantificado. Tudo pode ocorrer numa fração de segundos ou lentamente, como se não passasse de uma longa espera. Abandonar é largar a deterioração ao apodrecimento, ao mofo.
Também um resto de parede que teima em ficar de pé, que teima em permanecer. Mesmo com a chuva e o vento que lavam, dentro e fora, teimem em abatê-la. Uma ruína, um resto arruinado, não aquela ruína histórica, mas uma ruína fruto da supressão da própria história. Uma superfície arenosa e abandonada, transformada em deserto em meio à vida cotidiana das cidades.
Uma cidade é repleta de abandonos, por todos os lados, e de abandonados também. Eles estão ali perambulando pelas ruas, pelas calçadas, adentrando edifícios abandonados, encontrando-se, cara a cara conosco, Ás vezes desviamos, pulamos sobre eles, os abandonados cheiram mal, faltam-lhes dentes, e todos os objetos de consumo que tanto ansiamos.
O campo de ação das arquiteturas do abandono é amplo e, muitas vezes, caótico, abarca a matéria e a imatéria. Abandonamos materialidades, prédios, ruínas, restos, objetos, coisas, tudo o que possamos tocar, roubar, quebrar ou assassinar. Tudo muito elementar, muito óbvio.
No entanto, abandonos são também imateriais, do campo, do que não podemos mensurar. O abandono imaterial é do campo dos sentidos, dos desejos ou das sensações. Só há abandono material, porque há abandono imaterial, um se alimenta do outro. É corpo, é alma. As arquiteturas materiais do abandono podem ser as forças que nos sacodem para os abandonos imateriais. Como nas artes visuais ou na música, que atravessam nossos corpos. Abandonos também são capazes de desencarnar dos corpos arquitetônicos e habitar a fronteira, o escape, a fuligem.